O hip-hop é um movimento cultural que emergiu nos subúrbios negros e latinos de Nova Iorque, que conta com quatro elementos: O Dj, Mc, Break dance e o grafite. É uma espécie de cultura de ruas, um movimento de reinvidicação do subúrbio, traduzido nas letras questionadoras e agressivas no ritmo forte e intenso. Foi uma reação ao conflitos sociais e à violência sofrida pelas classes menos favorecidas. Os subúrbios enfrentavam diversos problemas de ordem social como pobreza, violência, racismo, tráfico de drogas, carência de infra-estrutura e de educação. Nestes subúrbios existiam festas de rua com equipamentos sonoros ou carros de som muito possantes chamados de Sound System.
Neste contexto, nasciam diferentes manifestações artísticas de rua dos jovens ligados àquele movimento, de se fazer música, dança, poesia e pintura. Os DJs observaram e participaram destas expressões de rua e começaram a organizar festas nas quais estas manifestações tinham espaço. Os jovens foram encontrando naquelas novas formas de arte uma maneira de amenizar a violência, passaram a freqüentar as festas e dançar break, competir com passos de danças e não mais com armas. E em 1973 foi criada a primeira organização que tinha seus interesses o hip-hop.
O hip-hop chegou ao Brasil, em São Paulo, onde surgiu com força. Atualmente existem diversos grupos que representam a cultura hip-hop no país. No Brasil, o movimento hip-hop foi adotado pelos jovens negros e pobres das cidades grandes, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre, como forma de protesto contra o preconceito racial, a miséria e a exclusão.
A principal característica das artes negras é seu caráter multidimensional, denso. A performance mistura gêneros que para a cultura ocidental seriam diferentes e separados (músicas, poesia, dança, pintura). A interpretação, a fusão de todos esses elementos que faz dela uma forma artística que não seria equivalente à soma dos elementos separados. Para compreender a multidimensionalidade da performace, é necessário fazê-lo em seu contexto social. Fora deste contexto social, somente se compreenderiam alguns dos elementos, mas não só como um conjunto de dança, música, poesia e artes plásticas, senão como uma performace inserida num contexto social, cheio de problemas sociais, educacionais e de exclusão social. Este contexto social é o que dá sentido à performance.
O estilo pessoal é de grande importância na performance, porque as características próprias de cada performer acrescentam as possibilidades de inovação e de criação de novos estilos. Espera-se que o performer não só seja competente, mas que também possua um estilo próprio, em todos os aspectos do hip-hop. O estilo pessoal não se valoriza em situações de representação, também é importante em todos os aspectos da vida cotidiana (estética, cumprimento, fala etc). As roupas utilizadas no hip-hop, são largas, para deixar os movimentos maiores, dando mais efeito visual à dança. Com todos esses fatores que contribuem pra o movimento cultural que é o hip-hop. Ele termina funcionando como instrumento de integração social e também de ressocialização de jovens das periferias no sentido de mudar essa realidade, já que muitos jovens encontram no hip-hop uma maneira de não se deixar levar pelos fatos entrando em algum tipo de marginalidade, e também encontra uma forma de protestar por uma realidade que não satisfaz a ninguém.
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Foto: Raul Escorel.
terça-feira, 13 de maio de 2008
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Grafitagem!
O graffiti é um tipo de arte urbana que apesar de vir crescendo e ocupando seu espaço cada vez maior na sociedade, ainda é bastante discriminado. Há controvérsias em relação a origem do nome, há registros de que o nome vem do italiano: graffiti, plural de graffito. Há outros que afirmam que o termo graffiti provém do grego "graphein" que significa escrever. Existe até um registro de um conhecido dicionário americano de língua inglesa que diz: "o graffiti é marca ilícita, feita numa superfície visível pelo público, por um ou mais indivíduos raramente profissionais". Já nos Estados Unidos, surgiu no final da década de 60 em Nova York, quando jovens restabeleceram uma forma de arte usando spray. Para muitos, surgiu de forma paralela ao hip hop. Só no Brasil existe uma separação entre as duas formas, enquanto aquelas pinturas que estamos acostumados a ver como graffitis são dignas desse nome, os vulgares escritos na parede são denominados de pichão ou pichagem. Em dicionários há várias opiniões, o termo graffiti já foi e é por muitas vezes mal interpretado por ser uma arte que teve origem nas ruas. A arte, muitas vezes, é confundida com vandalismo e é discriminado por isso. O graffiti é usado como forma de expressão que deve ser aceita como as demais e, além disso, muito respeitada por sobreviver a todos os preconceitos. Ele promove a auto-estima, ajuda a desenvolver o senso crítico e estético sobre várias questões, inclusive a arte, pois muitos desses adolescentes não têm acesso a museus ou galerias de arte. Além de despertar para a prática da cidadania e educação, porque, ensina a respeitar o espaço do outro. Enfim, o grafitti é uma arte a ser admirada e aplaudida, pois além de muito bela e diferente, tem um lado social muito interessante e que ajuda muitas pessoas a terem um futuro melhor.
Para termos uma opinião de alguém que entende do assunto, entrevistamos José Mario Nascimento, grafiteiro profissional, que nos falou sobre sua experiência no mundo do grafite.
Cultura Marginal - Quando você começou a grafitar?
José – Comecei em 1998, faz 10 anos.
CM – O que levou você a se interessar pela grafitagem?
J – O que me interessou foi a mensagem e a arte, eu também via pessoas grafitando e achei legal.
CM – Você já sofreu algum tipo de preconceito?
J – Já, muitas vezes. Já levei bronca, fui chamado de pichador e o meu trabalho foi confundido com vandalismo.
CM – Você se incomoda com esse preconceito?
J – Me incomodo, tem gente que ainda pensa que grafiteiro é pichador, pessoas ainda pensam que nós somos vândalos, às vezes tenho que fazer um trabalho para provar que sou grafiteiro e não pichador.
CM – Você já fez algum trabalho social que envolvesse grafitagem?
J – Já dei aulas gratuitas em uma escola pública (Escola Murilo Braga)
CM – Você acha que a arte pode ajudar as pessoas menos favorecidas a terem um futuro melhor?
J – Com certeza, pode ajudar financeiramente como fonte de renda.
CM – O que você acha que deveria ser feito para incentivar esse tipo de arte?
J – Muitas coisas, como incluir na escola, a mídia falar mais sobre a cultura e o movimento, ter materiais mais acessíveis, pois são muito caros e para fazer um bom trabalho é preciso um bom material.
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Créditos a Rodrigo Calado que fez a imagem para a gente.
Para termos uma opinião de alguém que entende do assunto, entrevistamos José Mario Nascimento, grafiteiro profissional, que nos falou sobre sua experiência no mundo do grafite.
Cultura Marginal - Quando você começou a grafitar?
José – Comecei em 1998, faz 10 anos.
CM – O que levou você a se interessar pela grafitagem?
J – O que me interessou foi a mensagem e a arte, eu também via pessoas grafitando e achei legal.
CM – Você já sofreu algum tipo de preconceito?
J – Já, muitas vezes. Já levei bronca, fui chamado de pichador e o meu trabalho foi confundido com vandalismo.
CM – Você se incomoda com esse preconceito?
J – Me incomodo, tem gente que ainda pensa que grafiteiro é pichador, pessoas ainda pensam que nós somos vândalos, às vezes tenho que fazer um trabalho para provar que sou grafiteiro e não pichador.
CM – Você já fez algum trabalho social que envolvesse grafitagem?
J – Já dei aulas gratuitas em uma escola pública (Escola Murilo Braga)
CM – Você acha que a arte pode ajudar as pessoas menos favorecidas a terem um futuro melhor?
J – Com certeza, pode ajudar financeiramente como fonte de renda.
CM – O que você acha que deveria ser feito para incentivar esse tipo de arte?
J – Muitas coisas, como incluir na escola, a mídia falar mais sobre a cultura e o movimento, ter materiais mais acessíveis, pois são muito caros e para fazer um bom trabalho é preciso um bom material.
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Créditos a Rodrigo Calado que fez a imagem para a gente.
domingo, 27 de abril de 2008
Manifesto!
Muitas pessoas nunca nem ouviram falar na Cultura Marginal, outras já ouviram, mas não sabem o que é. A cultura marginal é feita, vivida e divulgada por aqueles que a fazem. É chamada de marginal porque está à margem da sociedade em todos os sentidos, porque é vítima do preconceito explícito. É uma cultura excluída e congrega os excluídos, dando-lhes oportunidades melhores de vida. Porém, vem mostrando seu contéudo da periferia para o centro, contagiando o resto da população que ainda não abriu os olhos para essa cultura. Cultura essa que pode ser representada nas mais belas e criativas grafitagens, no seu estilo de dança, onde predominam o hip-hop, o rap e o funk, entre outras coisas que iremos mostrar ao longo dos posts. Vamos mostrar para as pessoas como essa cultura é rica do contexto histórico ao artistico e ao mesmo tempo homenageando aqueles que fazem dessa cultura algo deslumbrante. Daremos oportunidade àqueles que não conhecem ou ainda tem algum tipo de preconceito em relação a cultura marginal, que deve ser respeitada e adimirada como qualquer outra cultura.
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